E no meio de perguntas fáceis e simples, uma menina de dedo no ar, aguardando algum tempo pela sua vez, pergunta-me:
- E quando escreveu a sua história, não sentiu que tinha estrelas ao seu lado ?
- Como?- retorqui atordoada pela pergunta, esperando que fosse mais explícita e me facilitasse a tarefa...
Afinal que queria saber aquela criança exactamente?
Após uns segundos de perturbação respondi enquanto tentava estruturar o meu pensamento
- É uma pergunta difícil ...
- Quando escreveu sentia que estava acompanhada de estrelas?
Continuei confusa e perguntava-me se deveria dizer o que realmente me ia na alma, correndo o risco de ser considerada "esquisita", sim os "artistas" costumam ser apelidados de pessoas estranhas , para além de distraídas, talvez por "habitarem" num mundo paralelo, entre a fantasia e o real...
Olhei crianças e adultos enquanto me questionava se deveria responder com a minha verdade, ser honesta com aquela criança e correr os riscos que referi ou ser criativa e fugir à questão colocada.
Senti os olhares colocados em mim pois o silêncio tinha-se prolongado durante algum tempo e resolvi responder com seriedade áquela criança que teria uns 9, 10 anos de idade.
- Sim. Eu tinha sentido e completei a resposta que ficou naquele lugar, naquele momento, com aquelas crianças e adultos que tão bem me receberam.
- Eu também tenho uma estrela...
Olhou para a sua professora com um olhar de cumplicidade e completou: o meu pai
- E quando escreveu a sua história, não sentiu que tinha estrelas ao seu lado ?
- Como?- retorqui atordoada pela pergunta, esperando que fosse mais explícita e me facilitasse a tarefa...
Afinal que queria saber aquela criança exactamente?
Após uns segundos de perturbação respondi enquanto tentava estruturar o meu pensamento
- É uma pergunta difícil ...
- Quando escreveu sentia que estava acompanhada de estrelas?
Continuei confusa e perguntava-me se deveria dizer o que realmente me ia na alma, correndo o risco de ser considerada "esquisita", sim os "artistas" costumam ser apelidados de pessoas estranhas , para além de distraídas, talvez por "habitarem" num mundo paralelo, entre a fantasia e o real...
Olhei crianças e adultos enquanto me questionava se deveria responder com a minha verdade, ser honesta com aquela criança e correr os riscos que referi ou ser criativa e fugir à questão colocada.
Senti os olhares colocados em mim pois o silêncio tinha-se prolongado durante algum tempo e resolvi responder com seriedade áquela criança que teria uns 9, 10 anos de idade.
- Sim. Eu tinha sentido e completei a resposta que ficou naquele lugar, naquele momento, com aquelas crianças e adultos que tão bem me receberam.
- Eu também tenho uma estrela...
Olhou para a sua professora com um olhar de cumplicidade e completou: o meu pai
- Eu entendo-te- respondi
E novas questões se colocaram.
Mais tarde a professora informou-me que aquela menina tinha perdido o pai há dois anos atrás...
E regressei a casa sabendo que aquela criança entendeu o sentido mais profundo desta história.
- Imagem anexada- quadro de Edina Síkora -
6 comentários:
Olá Leonor
São pessoas com uma sensibilidade como a tua que o mundo precisa.
beijinhos estrelados e brilhantes
Vanda
Muito obrigada Vanda. Eles (os miúdos) também nos vão obrigando a reflectir sobre a vida e a encarar questões como esta. Beijinho
Sim! Eu também acredito que essa criança, tem mesmo essa ESTRELA, na qual ela acredta, a acompanhá-la...
Termino, fazendo minhas as palavras a Vanda!...
bjo.
É bom perceber que não somos os únicos "estranhos" neste nundo. Beijinho Áurea
Leonor
Tenho pena que algumas crianças já tenham estrelinhas ao seu lado...
Brilhinhos e beijinhos
Olá Marina
Achei que este texto lhe diria algo.
No fim, eu e essa criança conversámos mais um pouco e se visse o ar confiante que tinha... Claro que terá momentos de saudade e muita tristeza, mas surpreendeu-ma a sua convicção e segurança.
Beijinhos também para si da Leonor
Enviar um comentário